Se quiseres, leitor, nos versos
que tua mão em seguida tem,
aprendes a sofrer sorrindo
para fazer sorrir também
aquele que calado sofre.
Sorrindo ou não, mas mansamente,
como quem sabe inevitável
que, havendo sol, haja nascente
mas haja tarde e pôr-de-sol,
não te ponho às costas o lenho
da minha cruz. Digo-te que amo
— na verdade — tudo o que tenho.
E se não tenho tudo o que amo,
materialmente, tudo é meu
noutra espécie transverberada
que é para mim Inferno e Céu.